Servidora é investigada por vazar operação sigilosa contra o PCC em Naviraí

por | out 15, 2025 | Destaque Policial, NOTÍCIAS

Estagiária da Vara Criminal teria repassado informações confidenciais de uma ação da Polícia Civil; operação foi deflagrada para apurar vazamento que expôs agentes e alvos da facção.

Uma estagiária da Vara Criminal de Naviraí, município localizado a 359 km de Campo Grande, é investigada pela suspeita de ter vazado informações sigilosas de uma operação policial contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O caso levou a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul a deflagrar, nesta terça-feira (14), a Operação Argos Panoptes, voltada a identificar e punir os responsáveis pelo vazamento.

De acordo com as investigações, a estagiária teria repassado detalhes sobre o planejamento de uma ação que visava cumprir mandados de busca e prisão relacionados à Operação Adsumus – Fase 2, que combate o tráfico de drogas e a atuação de facções no Estado.

Vazamento de informações sigilosas

Segundo apurado, a suspeita teve acesso a documentos internos do processo que continham informações sobre datas, endereços e estratégias de atuação policial, além do uso de helicóptero nas diligências.
Esses dados foram compartilhados com a irmã da estagiária, que é advogada. A profissional, por sua vez, teria repassado as informações ao irmão — um homem já investigado por envolvimento com o tráfico de drogas.

As mensagens circularam em grupos de aplicativos, alertando alvos da operação antes da deflagração. Como consequência, parte dos investigados conseguiu fugir e apagar provas antes da chegada dos policiais.

Operação e prisões

Mesmo com o vazamento, a Operação Adsumus – Fase 2 conseguiu prender quatro pessoas envolvidas com o tráfico de drogas e apreender documentos e aparelhos eletrônicos que reforçam a suspeita de colaboração interna com o crime organizado.

A nova fase da operação, denominada Argos Panoptes, executou mandados de busca e apreensão em endereços ligados à estagiária e seus familiares. O nome faz referência a um personagem da mitologia grega que possuía “cem olhos”, símbolo da vigilância constante — uma metáfora ao trabalho de monitoramento e apuração conduzido pela Polícia Civil.

Crimes investigados

Os três investigados — a estagiária, a irmã advogada e o irmão suspeito — poderão responder por favorecimento e divulgação de informações sigilosas de operação policial, conforme o artigo 2º, parágrafo 1º, da Lei nº 12.850/2013, que trata da prevenção e combate a organizações criminosas.

Além do inquérito criminal, o caso também deve gerar apurações administrativas internas para apurar como os documentos da Vara Criminal foram acessados e utilizados indevidamente.

Repercussão e segurança institucional

O episódio causou preocupação entre autoridades da Justiça e da segurança pública em Mato Grosso do Sul.
Para investigadores, o vazamento representa um alerta sobre falhas de controle interno e reforça a necessidade de aprimorar protocolos de sigilo, especialmente em ações contra facções criminosas de grande porte, como o PCC.

De acordo com fontes ligadas à investigação, o conteúdo do inquérito é tratado com total reserva, e novas diligências podem ocorrer ainda nesta semana.

Fonte: G1 Mato Grosso do Sul / Polícia Civil de MS
Edição: Redação _CliqueNewsMS
Foto ilustrativa: / Divulgação

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