Hoje, na Assembleia Legislativa, o clima esquentou. O deputado Zeca do PT soltou uma frase que virou manchete instantânea: “a polícia do Mato Grosso do Sul é uma droga.” Pronto. Bastou isso para o plenário virar uma espécie de sala de delegacia nos anos 80 — muito barulho, um monte de gente falando ao mesmo tempo e todo mundo querendo apontar o culpado.
Mas, com um pouquinho de boa vontade e interpretação criativa, a gente percebe que tudo não passou de um grande mal-entendido semântico.
O que o deputado Zeca, ex-governador experiente e de verbo solto, quis mesmo dizer, num ato falho poético, é que a polícia sul-mato-grossense é uma “droga”… no sentido de que ela prende muita droga! Uma polícia eficiente, que combate o tráfico com rigor. Foi elogio, gente — só que com a gramática meio entortada.
Já o deputado Coronel Davi, Ex comandante geral da PM e com o sangue fardado até o último capilar, escutou “convocadamente” (ou seria equivocadamente?) e entendeu que a instituição estava sendo desmoralizada. Ato contínuo, sem pestanejar, lançou sua defesa: “Droga é o partido do senhor deputado!” E assim, o embate deixou a segurança pública e passou para o terreno da política — que, convenhamos, está mais inflamável que laboratório de refino de cocaína.
No fim das contas, talvez tenha sido só isso: um trocadilho mal digerido, um ouvido apurado, e muito zelo institucional dos dois lados.
Mas fica a lição: em tempos de polarização, até uma palavra mal colocada pode virar caso de segurança nacional.
Joel Silva com auxílio do misterioso Vasco da Gama

Joel Silva cursou jornalismo na universidade Uniderp Anhanguera e Mkt Político na Faculdade Estácio de Sá. É jornalista e radialista com mais de 30 anos de carreira tendo atuado na direção da Rádio e TV Educativa e nas rádios FM UCDB, FM Capital, Rádio Globo, Jovem Pan e MEGA 94.
0 comentários