A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul descartou que a presença de animais tenha impedido o pouso da aeronave que caiu na noite de terça-feira (23) na Fazenda Barra Mansa, região pantaneira de Aquidauana, deixando quatro mortos.
Responsável pela investigação, a delegada Ana Cláudia Medina afirmou que a arremetida realizada pelo piloto não teve relação com porcos-do-mato (queixadas) na pista, hipótese ventilada nas primeiras horas após a tragédia.

O que já foi descartado
Segundo Medina, a pista foi previamente inspecionada pela equipe local.
“Na primeira tentativa de pouso já não havia animais na pista. Houve o cuidado do pessoal de apoio de percorrer a área; esses animais não estão relacionados a essa arremetida. Foi uma condição irregular que levou à tentativa de pouso, e o piloto optou — o que não é comum, mas é aceitável na aviação — por arremeter para fazer uma correção”, explicou.
Foco da investigação: possíveis irregularidades
A delegada também confirmou que a aeronave não possuía autorização da ANAC para realizar transporte remunerado de passageiros. A produtora do documentário que era gravado com o arquiteto chinês Kongjian Yu informou que o voo foi pago.
Outro ponto levantado por Medina é que o avião não tinha permissão para pousar no horário em que ocorreu a queda, o que amplia as frentes de apuração sobre eventuais falhas operacionais e administrativas.
Quem são as vítimas
Morreram no acidente:
• Kongjian Yu, arquiteto paisagista e urbanista de renome internacional;
• Rubens Crispim Júnior, documentarista;
• Luiz Fernando Ferez, cineasta;
• Marcelo de Barros, o Marcelo Pantaneiro, piloto e natural de Aquidauana.
Linha do tempo e próximos passos
• Noite de 23/09 – Aeronave tenta pouso na Fazenda Barra Mansa; piloto arremete para nova aproximação; em seguida ocorre a queda e a explosão.
• Apuração técnica – A polícia reúne depoimentos, documentos do voo e autorizações, além de laudos periciais sobre a aeronave e o local. A análise busca esclarecer condições de operação, eventual contratação irregular do serviço e o motivo da manobra de correção.
A experiência de Ana Cláudia Medina
Com atuação reconhecida em casos de alta complexidade e repercussão pública em MS, a delegada Ana Cláudia Medina conduz a investigação com ênfase em critérios técnicos, transparência e preservação da cadeia de evidências. Sua manifestação rápida para eliminar versões precipitadas e concentrar a apuração em fatos verificáveis dá rumo claro ao inquérito e traz segurança às famílias e à sociedade.
“As investigações seguem para que as causas sejam devidamente esclarecidas”, reforçou Medina.

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