Bandas icônicas dos anos 70 lançaram visuais teatrais quase ao mesmo tempo, mas a polêmica sobre quem inspirou quem nunca morreu.
Nos anos 1970, duas bandas de países distantes surgiram com uma proposta ousada que marcou gerações: maquiagem pesada, teatralidade e impacto visual. No Brasil, Secos & Molhados, com Ney Matogrosso à frente, estreou em 1973 com o primeiro LP, cuja capa se tornou um marco da música nacional — os rostos maquiados dos integrantes emergindo de uma mesa, apenas a cabeça à mostra, em meio a frutas e pães, criando uma estética que misturava arte performática, tropicalismo e contestação social.
A capa, inclusive, gerou uma “desavença” entre o Secos & Molhados e o Kiss. Isso porque os norte-americanos lançaram o seu disco de estreia poucos meses depois, em 1974, e há quem acredite que eles teriam copiado a ideia dos brasileiros, devido à semelhança entre as maquiagens e a forma como os rostos aparecem em destaque.
Apesar da polêmica, o mais provável é que ambos os grupos tenham sido fruto de uma mesma época: o auge do glam rock, quando artistas como David Bowie e Alice Cooper já exploravam maquiagem e teatralidade no palco. Secos & Molhados e Kiss apenas deram a sua própria assinatura a esse espírito dos anos 70, conquistando, cada um à sua maneira, um lugar único na história da música.
📀 Comparação das capas:
À esquerda, o icônico LP de estreia dos Secos & Molhados (1973). À direita, o primeiro álbum do Kiss (1974), lançado meses depois. A semelhança estética ainda alimenta debates entre fãs e críticos até hoje.
Joel Silva – Radialista e jornalista de formação especializado em Mkt político. E amante do rock n roll.
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