Duas décadas após ser atacado por onça, pescador de MS relata experiência de sobrevivência

por | maio 2, 2025 | Destaques, Municípios

Há 20 anos, o pescador esportivo e influencer campo-grandense Anderson Guedes sobreviveu a um ataque de onça-pintada, na Floresta Amazônica. Sem câmeras digitais ou celulares, a história é uma lembrança na mente e no corpo do pescador, que carrega as marcas do felino.

A história de sobrevivência voltou a ter audiência com o caso do caseiro Jorge Avalo, que foi encontrado morto após ser atacado por uma onça-pintada, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

Anderson conta que pescava tranquilamente quando sofreu o ataque. Ele teve ferimentos graves na mão esquerda, que foi quase decepada, e na cabeça, onde o couro cabeludo foi arrancado pelo felino. “Graças a Deus, tivemos um livramento muito grande naquele dia”, diz Anderson, que estava acompanhado por dois amigos.

No YouTube, o depoimento já acumula quase 2 milhões de visualizações. Na época, não havia celulares com câmera para documentar o incidente.

Conforme o pescador, o ataque aconteceu no interior de Rondônia, em uma mata fechada próxima ao rio Mucuim, na Floresta Amazônica. Enquanto os amigos seguiram para outro ponto de pesca, Anderson resolveu ficar sozinho, sentado à beira do barranco, pescando.

Anderson conta ainda que tentou se defender, enfiando a mão na boca do animal enquanto lutava para chegar à água. “Foram 30 segundos de agonia. Ela me mordia, arranhava e não dava chance de fuga. Quando vi a faca ao meu lado, peguei, mesmo com a mão esquerda quase decepada. Enterrei a lâmina nela três vezes até que ela cuspiu sangue e fugiu”.

A mão esquerda de Anderson ficou gravemente ferida: quatro dedos foram quase decepados. A onça também arrancou parte do couro cabeludo e abriu a coxa do pescador com as garras.

Os amigos de Anderson, que inicialmente pensaram que ele havia fisgado um peixe grande, correram até ele. O pescador relata que ao chegarem no local, um deles chegou a desmaiar ao vê-lo ensanguentado; o outro, em choque, perguntou o que havia acontecido.

Grande fã da natureza, Anderson é conhecido como um “colecionar de ataques de animais selvagens”, além da onça-pintada ele também já teve uma experiência quase fatal com uma capivara, dessa vez em Campo Grande.

“Pode parecer assustador, mas no meu canal há ataques de cobra, peixe-elétrico, escorpião… Como vivo em contato com a natureza, esses episódios acontecem. Agora, com câmeras digitais e GoPros, registramos tudo com mais facilidade”, afirma.

Apesar dos riscos, o campo-grandense não pretende abandonar a natureza. Hoje, porém, vive cada aventura com mais cautela.

Fonte: G1

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