Campo Grande não aguenta mais. É inadmissível que, em pleno 2025, a saúde da Capital de Mato Grosso do Sul esteja mergulhada num lamaçal de má gestão, denúncias milionárias e promessas vazias. O vereador e médico Dr. Jamal, voz experiente e respeitada, disse com todas as letras: o comitê criado pela prefeita Adriane Lopes para gerir a Secretaria de Saúde está fadado ao fracasso. E ele está certo.
Enquanto Adriane brinca de administrar com colegiados que não têm autonomia, a população paga a conta mais alta: vidas perdidas. São pacientes que esperam dois, três anos por cirurgias eletivas, gente que morre na fila, famílias que vagam de posto em posto atrás de medicamentos básicos — aqueles mesmos que a prefeita prometeu entregar na porta de casa durante a campanha.
Não se trata apenas de incompetência administrativa. O escândalo do suposto desvio de R$ 156 milhões do Fundo Municipal de Saúde escancara que a crise é também moral. O dinheiro que deveria garantir remédio, exame e atendimento foi usado para tapar buraco em contas da prefeitura. Uma pedalada ainda mais grave do que aquela que custou o mandato da presidente Dilma Rousseff em 2016. Até quando aceitaremos isso?
Dr. Jamal foi direto: sem um secretário de Saúde com caneta na mão, não há plano que se sustente. O improviso da prefeita é cruel. É como colocar uma comissão para administrar uma casa onde ninguém manda, ninguém decide, e o povo continua desassistido. Não basta criar grupos de trabalho, é preciso liderança, comando e responsabilidade.
O grito de alerta do vereador deveria ecoar no ouvido da prefeita: a cidade precisa de gestão, precisa de plano, precisa de ação imediata. Atenção básica reforçada, mutirões de cirurgias, ampliação de turnos nos postos. Não é invenção, é o mínimo para devolver dignidade a quem depende do SUS em Campo Grande.
Mas Adriane não ouve. Prefere o silêncio conveniente, como se o problema fosse passageiro. Não é. É estrutural, é humano, é urgente.
Chega de maquiagem, chega de discurso vazio. Campo Grande não pode esperar mais um dia sequer para que seja nomeado um secretário de Saúde à altura do desafio. Não se governa a vida das pessoas com improviso. A cidade está pedindo socorro. E o mínimo que a prefeita deve fazer é parar de se esconder atrás de comitês e assumir a responsabilidade que jurou honrar quando pediu o voto popular.
Ou a saúde volta a ter comando, ou a história cobrará com ainda mais dureza os responsáveis por esse caos.
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