O programa “A Banca”, da Rede Top FM, que em Campo Grande pode ser sintonizada na 88,9 FM, entrevistou, nesta quarta-feira (6), o vereador Marquinhos Trad (PDT), que já foi prefeito da Capital, para falar sobre a situação atual do município comandada pela prefeita Adriane Lopes (PP), que foi vice nos dois mandatos do atual vereador. Ele também falou sobre as eleições gerais do próximo ano e da pretensão de disputar o cargo de deputado estadual.

“Campo Grande passa por momentos de extrema dificuldade. Aliás, isso é uma tragédia anunciada. A partir do momento em que você não planeja, você está planejando a errar e não vi em nenhum instante da administração atual qualquer tipo de planejamento de gestão, seja na área da saúde, seja na área da educação, seja na área do esporte, seja na área dos serviços públicos. Não há nenhum tipo de cronograma administrativo capaz de você entregar um resultado positivo”, declarou.

Marquinhos reiterou que, quando você não tem um planejamento administrativo, contábil, financeiro, você tende a sucumbir. “A gestão mergulha num abismo que logo, logo, vai ser uma tragédia e, infelizmente, vai sobrar para o povo de Campo Grande”, alertou.

Apesar de não falar mais com a prefeita, o vereador revelou que não tem arrependimento de tê-la escolhido para ser a sua vice nos seus dois mandatos como prefeito de Campo Grande. “Quem deve estar arrependida é a própria Adriane em agir da maneira como ela agiu. Porque você não conhece o coração das pessoas. Adriane se demonstrou uma pessoa absolutamente diferente do que ela passou a ser com a caneta nas mãos. E você não tem o prenúncio da futurologia. Isso é bíblico, Jesus escolheu 12 apóstolos, um traiu e o outro negou três vezes”, argumentou.

Ele completou que escolheu Adriane Lopes como vice com muito carinho e respeito a ela. “A Adriane passou cinco anos ao meu lado e confesso a vocês que foi uma surpresa e uma surpresa não apenas para mim, foi uma surpresa até mesmo para o círculo de pessoas próximas a ela, pois, a prefeita agiu com elas da mesma maneira com que agiu comigo. Lembra aquele filme, ‘Dormindo com o Inimigo’? Foi exatamente a repetição dessa história”, assegurou.

Sobre o fato de estar na oposição ao governador Eduardo Riedel (PSDB), Marquinhos Trad disse que é preciso ter coerência. “A partir do momento em que você não acredita em uma administração, você evidentemente toma o caminho da oposição. O nosso governo estadual, de fato, não dá para saber se ele está bem ou está mal, porque tudo que ele apresenta é um silêncio. Você não vê debate na Assembleia Legislativa, você não vê contrapontos da oposição, porque não há. Há, na verdade, um grupo que já é comandado por mais de década que reina, sozinho, absolutamente num céu de brigadeiro”, criticou.

O parlamentar ressaltou que isso é real porque agora o governador anunciou cortes nas despesas e pegou de surpresa até os analistas políticos da cidade. “Entre eles muitos de vocês, jornalistas, dizendo o seguinte: poxa, mas estava tudo certo, tudo beleza, estava progredindo, estava aumentando. O corte de gastos é adotado quando se tem dificuldades e isso foi um anúncio do governador que causou um choque muito grande, pois ninguém estava vendo nenhuma nuvem, nenhum tempo nublado. Portanto, por que essa turbulência aérea? Evidentemente, porque não deve estar bem ou começam a separar valores para gastar na próxima campanha política”, sugeriu, colando em dúvida o real motivo para o corte de gastos.

Marquinhos Trad ainda falou sobre o seu futuro político, revelando a possibilidade de disputar a eleição para deputado estadual em 2026. “Olha, é possível sim, lógico que é. O político que não pensa em avançar é um político retrógrado. E a minha vida sempre foi a lançar desafios. Eu fui o único prefeito a renunciar e nunca pensei em poder. Eu sou o Marquinhos Trad, a mesma pessoa como advogado, como professor e como jogador nos campos de pelada nos bairros. O Marquinhos Trad secretário municipal, vereador, deputado ou prefeito, eu nunca mudei meu jeito de ser. sempre fui a mesma pessoa”, garantiu.

Ele assegurou que o cargo não lhe apetece e não lhe envaidece “porque tudo é passageiro, tudo é ilusão, tudo é vaidade pessoal”. “Por isso, eu tinha certeza que, como governador, eu poderia ajudar Campo Grande muito mais do que quanto prefeito. Porque o prefeito vive com pires nas mãos, batendo de porta em porta atrás de recursos. A gente arrecada aqui, mas o dinheiro vai pra eles, ou vai para o governo estadual, ou vai para o governo federal. E pra você ter de volta, você tem que se submeter a determinados conchavos, que se você não fizer, eles te isolam. Foi o meu caso. Eu não aceito tomar lá dá cá”, argumentou.

Para concluir, o ex-prefeito reforçou que não tem nenhuma conta bloqueada e não tem nenhum bem sequestrado. “Pega os outros gestores, todos eles, todos os outros, até em nível estadual, todos estão com bens sequestrados e com problemas na Justiça. Eu não tenho nenhuma ação de improbidade ou ação que busca sequestrar os meus pequenos bens dentro da minha vida”, afirmou.

por: Rede Top FM
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