As chamadas canetas emagrecedoras feitas no Brasil já estão nas farmácias. Produzidas pela farmacêutica nacional EMS, os medicamentos Olire (voltado para obesidade) e Lirux (indicado para diabetes tipo 2) marcam a entrada definitiva do país na produção de biotecnologia de ponta. A fabricação ocorre em Hortolândia (SP), e a distribuição já começou em redes como Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco, inicialmente no Sul e Sudeste.
Os preços também chamam atenção: o Olire custa cerca de R$ 307 por unidade ou R$ 760 o combo com três canetas — o que representa até 70% de economia em relação a marcas como Ozempic e Wegovy. Já o Lirux, com duas unidades, sai por aproximadamente R$ 507.
Junto com a chegada dos produtos brasileiros, novas regras passaram a valer. Desde 23 de junho, a Anvisa exige a retenção da receita médica para qualquer medicamento à base de GLP-1, grupo que inclui também Saxenda e Mounjaro. A receita precisa ter duas vias, validade de 90 dias e as vendas serão registradas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC).
A medida visa conter o uso indiscriminado dessas medicações, muito popularizadas nas redes sociais, mas que exigem prescrição e acompanhamento médico. Segundo especialistas, o uso sem controle pode causar efeitos colaterais graves, inclusive intoxicações.
A produção nacional representa um avanço importante na autonomia farmacêutica do Brasil e deve facilitar o acesso a tratamentos modernos para perda de peso e controle glicêmico. Mas os profissionais alertam: as canetas são ferramentas, não soluções mágicas. O tratamento ideal inclui mudanças de hábito, acompanhamento médico e orientação nutricional.
O futuro do emagrecimento medicamentoso no Brasil agora é local — e controlado.
Joel Silva especial para CliqueNewsMS
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