Durante sua participação no programa A Banca desta sexta-feira (25), o presidente da Acrissul e também líder da União Nacional da Pecuária, Guilherme Bumlai, fez um alerta sobre os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos à carne brasileira. Segundo ele, a medida tem um claro pano de fundo político — e o risco é que esse fator atrapalhe negociações que, na lógica do mercado, deveriam caminhar para uma redução das tarifas.
“Se não houvesse esse componente político, não há dúvida que a gente ia ter uma redução”, afirmou Bumlai, destacando que o governo norte-americano tem adotado a prática de elevar tarifas para, depois, sentar à mesa e negociar vantagens. O problema, segundo ele, é que o Brasil vive um momento de incerteza sobre como esse jogo geopolítico vai se desenrolar.
Mesmo diante do protecionismo americano, Bumlai vê um trunfo importante do lado brasileiro: a escassez de gado nos Estados Unidos. “Eles estão enfrentando o menor rebanho da história. Está faltando carne por lá”, destacou.
Ainda assim, o presidente da União Nacional da Pecuária criticou o apoio de entidades americanas ao tarifaço. “É óbvio que ele é a favor, ele está defendendo melhores preços pra ele. Quando entra a carne brasileira, o preço tende a cair — e ele não quer isso”, concluiu, jogando luz sobre o jogo de interesses que esconde o real motivo da taxação: evitar concorrência e manter os lucros em alta.
Thaís Belinatti
Confira o trecho da entrevista no link abaixo e a entrevista completa no site da Top
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