Para onde caminha o jornalismo Guaicuru?

por | fev 24, 2025 | informes, NOTÍCIAS, política | 0 Comentários

Quem são os grandes jornalistas da atualidade no Estado? E por que a maioria não está atuando e nem quer cargos de chefia? Guilherme Filho, Ico Victorio, Jorge Goes, Edson Silva, Bosco Martins e tantos outros jornalistas que ocuparam esses cargos em instituições me ensinaram tanto, controlaram tantas crises que perdi as contas. A serenidade desses ícones em momentos de turbulência até hoje são exemplos que tento seguir. Aprendi muito com eles, embora não tenha convivido com todos, mas como lendas vivas, os “causos” chegavam a todas as redações.

Capa do livro A aventura da Reportagem de Kotcho e Dimenstein

Não é um artigo “Hora da Saudade”, mas sinto falta daquele jornalismo que desapareceu. Os assessores de comunicação das instituições hoje sequer são jornalistas, e repito não é saudosismo gratuito, nem nada contra os caras, alguns até são meus amigos. Pode ser uma nova tendência e eu nem tenho a intenção de discutir tendência, é só uma reflexão mesmo.

Ricardo Kotcho em Chico Pinheiro Entrevista

Mas com quem a nova geração vai aprender? Aliás, ela vai aprender? Esses novos chefes, querem ensinar algo? E os cursos de jornalismo estão sucumbindo por falta de valorização do profissional que sai da academia? Por que estou escrevendo sobre isso? Porque do nada, comecei a assistir uma entrevista do Chico Pinheiro com o Ricardo Kotscho, sinceramente espero que a nova galera do jornalismo saiba de quem estou falando.

Isso me levou a lembrança do primeiro livro que li na faculdade de jornalismo “A aventura da Reportagem” – Ricardo Kotcho e Gilberto Dimenstein. Indicação do temido (mas meu ídolo), Jacir Afonso Zanatta. Juro que na época eu me preocupava bem pouco, ou quase nada, com o que era esquerda ou direita. Mas hoje a lembrança me levou ao obvio, e sim nesse caso eu tropecei no óbvio.

Ricardo Kotcho – jornalista com quatro prêmios Esso e ex-secretário do primeiro governo Lula

Jornalista sempre vai ser taxado como esquerda. Jornalista pergunta, contesta, exige respostas e invariavelmente publica, e publicar os fatos geralmente desagrada. É muito cedo para aos 53 anos eu dizer que estou cansado, nem tenho recursos para me cansar, mas confesso que desanima. Ver a galera tropeçar no simples em momentos de crise me assusta. Se perder com coisas que se resolve apenas se perguntando, tendo vivido o mínimo de uma redação, de ter contestado minimamente seus professores, de ter convivido com os nomes que citei e mais alguns, que não me esqueci, mas não necessito nominá-los. Só que isso não acontece mais.

Hoje os chefes apenas seguem as novas técnicas. Contrata-se por número de views, de likes, ou por saber fazer “aqueles videozinhos”, ou ainda por lacrar nos microfones ou textos. Nem falo por mim, que prestei concurso e faça chuva ou faça sol, tenho lá meus vencimentos, que obviamente precisam de um reforço, mas suprem o básico. Alguns dos chefes atuais ou da geração que eles estão produzindo, acha importante assistir uma entrevista como a que citei? Não sei.

Que grande cobertura a nova galera fez, ou vai fazer? E olha que temos fatos incríveis acontecendo. E como eles resolverão as crises em suas assessorias? Estamos navegando em mares calmos no nosso Estado.

A polarização nos levou ao nacional e nos fez arrefecer no quintal. Mas e se alguém começar a contestar? A perguntar? Ou ainda, a exigir respostas?

Deixo o link a quem possa interessar a entrevista. Mas nem abra se não souber por exemplo quem é Gabriel Garcia Marques.

Joel Silva, jornalista desde 2013, radialista desde 1986 e advogado sabe Deus lá quando

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