A crise de gestão na Prefeitura não é novidade, mas o que chama ainda mais atenção é o silêncio cúmplice da Câmara Municipal. Presidida pelo presidente da Casa de Leis, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), a Casa de Leis vem deixando de cumprir sua função mais básica: fiscalizar o Executivo e dar respostas à população.

De um lado, a prefeita acumula problemas na saúde, na manutenção da cidade e na condução de contratos públicos. De outro, vereadores, que deveriam ser a voz crítica e independente do cidadão, seguem em um estado de inércia política que beira a omissão.

Sob o comando de Papy, a Câmara se limitou a aprovar projetos protocolares e não avançou em nenhuma investigação ou cobrança efetiva sobre os escândalos que se acumulam na administração municipal. Para piorar, pesa sobre o próprio presidente da Casa a denúncia de não pagamento do IPTU — um símbolo de como quem deveria dar exemplo acaba demonstrando descaso com as obrigações que todo cidadão cumpre.

O resultado é um duplo fracasso: a Prefeitura não entrega e o Legislativo não fiscaliza. O eleitor que confiou em seus representantes vê agora dois pontos negativos pesarem sobre a cidade: uma gestão fragilizada no Executivo e uma Câmara enfraquecida, presidida por quem deveria liderar o controle, mas escolheu o caminho da conivência.