Não há debates no Brasil: há arquibancadas. De um lado, defensores de Lula; do outro, defensores de Bolsonaro. Ambos têm uma pauta única e pobre: proteger o próprio líder, custe o que custar. Enquanto isso, o país sangra em silêncio.
Nos últimos dias, a correria foi para condenar Bolsonaro. Agora, já se fala em anistiá-lo. Como se a nação não tivesse problemas maiores. E a economia? Vai bem, obrigado? O brasileiro continua esmagado pela carga tributária, e a prometida redução da alíquota do imposto de renda segue enterrada em gavetas de Brasília.
E o escândalo do INSS? Milhões de cidadãos sofrem na fila, esperando benefícios que nunca chegam, enquanto esquemas de corrupção e má gestão se multiplicam. Mas isso não gera trending topic — não rende curtidas nem alimenta paixões políticas.
E o tarifaço? É pano de fundo? Para quem precisa pagar energia, combustível e transporte todos os dias, não é. É a realidade dura, que consome salário, esperança e paciência.
O Brasil precisa falar de soluções. Precisa discutir ideias, projetos e políticas públicas que mexam na vida real do cidadão. Mas para isso seria necessário que a política deixasse de ser torcida organizada e voltasse a ser o que deveria ser: instrumento de transformação.
Enquanto isso não acontece, seguimos reféns da guerra dos fanáticos — e distantes de qualquer futuro que mereça ser chamado de nação.
Joel Silva – Radialista e jornalista de formação especializado em mkt político.
*A foto é um tbt fora de hora dos meus tempos de Jovem Pan (irônica).
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