Enquanto a população espera soluções concretas, a Câmara Municipal segue produzindo homenagens em série.
Em Campo Grande, virou rotina: a cada sessão, uma enxurrada de moções de aplauso, congratulação ou pesar ocupa o tempo dos vereadores. São dezenas de papéis carimbados para parabenizar aniversários, times de futebol, empresários e entidades diversas.
A prática, embora legal e parte do regimento interno, escancara um contraste gritante. Enquanto os gabinetes se dedicam a produzir homenagens, a sociedade pouco toma conhecimento de projetos consistentes que enfrentem os problemas reais da cidade — mobilidade urbana, saúde pública, segurança ou geração de emprego.
A população, que paga o salário dos parlamentares, cobra mais que solenidades e fotos para redes sociais. Quer ver resultado prático, leis que transformem a vida cotidiana, fiscalizações efetivas e debates que mexam na estrutura da cidade.
O excesso de moções revela um Legislativo mais preocupado em agradar nichos e construir palanque simbólico do que em apresentar propostas de peso. A sensação é de que o parlamento municipal se contenta em “bater palma” enquanto as demandas de Campo Grande continuam acumuladas.
No fim, fica a pergunta: quando os vereadores vão trocar o papel timbrado das moções por projetos que realmente mostrem serviço à sociedade?
0 comentários