Temos 200 milhões de sul-americanos a nossa disposição como parceiros potenciais, afirmou a ministra
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou hoje que o projeto federal das Rotas de Integração Sul-Americana tem o condão de liberar todo o potencial produtivo do país, em especial das regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste. Durante a cerimônia de posse do secretário de Fazenda do Mato Grosso do Sul, Flávio Cesar, como presidente do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda (Comsefaz), a ministra foi clara: “estamos diante de uma grande oportunidade e falo isso como sul mato grossense que sou e como ministra do Planejamento e do Orçamento de todo o país”. Na ocasião, além dos 27 secretários de Fazenda dos Estados brasileiros estiveram presentes também cinco governadores, entre eles Eduardo Riedel, o governador do Mato Grosso do Sul.
“O projeto das Rotas de Integração Sul-Americana, que o presidente Lula me confiou, me deu carta branca para liderar, permite aumentar a arrecadação dos entes federados sem qualquer aumento de impostos, a partir da potencialidade que há na relação comercial entre os países”, disse Tebet. Ela mencionou o fato de que o projeto, gestado pelo MPO em 2023, já passou pelo crivo de todos os Estados brasileiros — tanto os 11 Estados que fazem fronteira com países sul-americanos, quanto as demais 16 unidades da federação.
O MPO, por meio da Secretaria de Articulação Institucional (SEAI), ouviu formalmente os secretários de Planejamento ou Desenvolvimento Econômico de todos os Estados, restando apenas o Distrito Federal e São Paulo, cujas reuniões ocorrerão após o Carnaval. Os países sul-americanos também foram ouvidos, com viagens da ministra Simone Tebet e o secretário da SEAI, João Villaverde, à Bolívia, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru e Uruguai. No mês que vem, a ministra e sua comitiva estarão no Chile.
“Temos 200 milhões de sul-americanos a nossa disposição como parceiros potenciais”, disse Tebet, que reforçou como o comércio intrarregional é baixo: enquanto os europeus comercializam entre si 62% e os asiáticos 58% do que é produzido em cada continente, apenas 15% do que é produzido na América do Sul é consumido pelos próprios países sul-americanos.
As Rotas de Integração Sul-Americana contam com 190 obras e projetos do Novo PAC espalhadas nos 11 Estados de fronteira brasileira, que vão desde obras rodoviárias (como o acesso à ponte Brasil-Paraguai em Porto Murtinho-MS) a ferroviárias, passando por hidrovias, infovias, portos e aeroportos. Na Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, enviada pelo governo federal ao Congresso Nacional, há a previsão de R$ 4,5 bilhões em recursos federais para essas obras e projetos.
O Mato Grosso do Sul faz parte da rota 4, Bioceânica de Capricórnio, que envolve a integração rodoviária com Paraguai, norte da Argentina e os portos chilenos de Iquique, Antofagasta e Mejillones. O trajeto, que inclui a ponte em Porto Murtinho, e obras federais e estaduais em boa parte do território sul matogrossense, tem previsão de conclusão no segundo semestre de 2026.
as fotos do Flickr podem ser livremente usadas, desde que dado o crédito do fotógrafo. Washington Costa/MPO
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